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29/06/2010 09h54
*SÃO JOÃO URBANO
São João Urbano
A quadrilha é um dança holandesa, trazida para o Brasil pelos alemães, apenas com 6 ou 8 pares dançada nos salões aristocráticos. Seu apogeu foi no século XVIIl na França. No século XIX espalhou-se pelo mundo ocidental. Foi introduzida no Brasil durante e Regência, desceu as escadarias da corte e tornou-se- uma dança popular.
No São João da roça nordestina as quadrilhas dançam a noite toda, com vestidos coloridos à moda matuta, tranças nos cabelos, batom vermelho, rosto de alegria, sem faltar o casamento, uma moça embuchada, noivo recusando o casamento, sendo obrigado a casar na ponta da peixeira, ou espingarda, para lavar a honra da família.
Na região urbana a brincadeira continua com uma maneira agradável de satirizar o matuto, com criações bem interessantes.
No dia 24 fui assistir a quadrilha na Sociedade de Assistência aos Cegos. Os pares foram formados, em número de 36, com um deficiente visual e um não deficiente. A organização, os passos ficaram dentro do ritmo. Os professores fantasiados a moda dos dançantes ficaram atentos a algum desvio dos deficientes que logo era corrigido de maneira suave e discreta.
A criação ficou muito engraçada. Uniram as ideais antigas com o jogo de futebol. Os noivos, Maria Chuteira e Clodor Baixo apareceram discutindo devido ao desacordo na decisão do noivo falando que ia assistir a copa na África, a convite de Marlene Mato. A noiva retrucou alegando que estava embuchada e precisava casar antes que os pais soubessem.
- Não acredito que vou ao jogo da copa!
- Eu irei mesmo sem você e não caso.
- Paiê, acuda eu!
- Que foi fia, que tá acontecendo? Quem é este bicho feio parece um chupa cabra, se fosse ao menos bonito com Ronaldinho Gaúcho.
- Ele não quer casar comigo, vais assistir o jogo na África.
- Há, mais num vai mermo. Via casar com minha fia nem que seja a custa desta espingarda, seu caba safado. Vamo logo chamar o pade.
- O padre sinhor, está longe, já foi também assistir o jogo.
- Então chamamo o juiz. Sinhô juiz compareça rápido, logo, agora.
Entra o juiz em trajes de juiz de futebol, de bermuda, apitando.
- Que acontece, qual a encrenca nestes times?
- Nada disso sinhô juiz, o sinhô vai fazer o casamento dos noivos.
- Nada disso. Sou juiz de jogo de futebol e não de casamento.
- Num quero saber, se é juiz vai casar minha fia sim, ou quer um balaço na cabeça.
- Se é assim vamos lá.
- O noivo aceita defender a noiva das cobras, das zebras da África e dos pênaltis,
- Prometo sim sinhô.
A noiva promete está pronta em todos os momentos, nas oitavas de final, quarta de final, semifinais, finais e parir um time completo?
- Prometo sim sinhô
- Estão prontos, são marido e mulher.
- A quadrilha iniciou com muita animação e aplausos. Sem faltar nas barracas com comidas típicas variadas a gosto dos visitantes.
SoniaNogueira
Sociedade de Assistência aos Cegos
Publicado por Sonia Nogueira em 29/06/2010 às 09h54
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12/06/2010 18h18
*OS OPOSTOS SE ATRAEM?
Os Opostos se Atraem?
Acredito que não. Só na física. Na realidade os opostos vivem em luta constante, apresentando valores não aceitos entre si. Cada pessoa é diferente, com gostos variados, e comportamento de rejeição em ralação ao outro.
Há gostos relacionados ao homem, exclusivos dos homens e que a sensibilidade feminina aceita por simples convenção. Mas, existem comportamentos e atitudes que se chocam entre casais.
As brigas são constantes, opiniões diferentes, projetos de vida adversos. O relacionamento conjugal se torna uma tortura. Um gosta do campo o outro de praia; um quer um filho o outro quer quatro; um é moralista o outro relaxado; um conserva a dignidade o outro ridiculariza se apoia no modernismo vulgar; um quer sair todo fim de semana com amigos, outro quer companhia; um aceito diálogo, outro detesta conversa fiada... Em vez dos laços afetivos se estreitarem a cada dia, surge uma corda com nós que nunca conseguem desatá-los.
Li numa reportagem e tenho até um filme da vida da Lady Diana e o Príncipe Charles. Os dois não combinavam em muitas coisas. Ela era temperamental, ele um gentleman, ela gostava de balada, ele de músicas clássicas, ele ia para a caça, ela detestava etc. viviam mais separados do que juntos e chegou o fim da união.
Os acertos devem ser feitos no período do namoro. Mas, às vezes a paixão é tamanha que as palavras somem, os projetos fogem do pensamento e o corpo a corpo fala mais alto. Quando dão por canta o caminho percorrido fica desconhecido, estranho e insuportável. Vêm as lágrimas num, a bebida no outro, e, os fatos, em vez de solução, criam problemas intransponíveis, frustrações, perda de confiança na capacidade das escolhas.
Assisti de perto alguns casos e vi como somos vulneráveis aos fracassos amorosos. Hoje, mais do que ontem, e mais amanhã. Com esta lavra de liberdade e pressa que estamos vivendo.
SoniaNogueira
Publicado por Sonia Nogueira em 12/06/2010 às 18h18
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04/06/2010 15h02
*SER FELIZ
Foto retirada do google
Ser Feliz
A felicidade é uma busca constante nos seres humanos, em qualquer classe social, nível financeiro, raça, religiosidade, nível cultural. Todos querem e procuram ser felizes. Mas, uma boa percentagem das pessoas é infeliz. Vários são as causas apontadas para cada insatisfação. Álcool, droga, filhos desobedientes, pais que judiam, batem, abandonam, não sustenta o filho, nem assume. Escolha errada para o casamento de ambos os lados.
Então ninguém sabe ser feliz? Por onde começar?
Esta semana estive na casa de uma amiga. A filha está noiva. Faz gosto olhar para o casal. Lindos os dois, de encher os olhos de tanta beleza e juventude. Só vi entre eles sorrisos, atenções, felicidade respirando por todos os poros, planos. Olhei maravilhada e indaguei cá comigo. Por que não durar até a morte os separe, não ser feliz, mesmo nos momentos difíceis, porque há de tê-los, faz parte.
O pensamento buscou a outro episódio na época que eu fazia o curso pedagógico. A mesma sena eu relembro.
Uma jovem e linda amiga estava noiva de um jovem e também lindo rapaz.. Ela levava o crochê para sala de aula enfeitando o enxoval com bicos. Era tanto amor, a felicidade residia na face, no brilho do olhar quando ele vinha buscá-la ao final da tarde.
Terminou o curso. Casaram. Lua de mel. Sim na nossa época havia lua de mel. Hoje o mel vem bem no início, e, os anseios, a expectativa para este momento perdeu o sabor de mel, parece que foi substituído pelo fel.
Passado uns quatro anos encontrei a amiga no centre da cidade. Estava gorda além do normal, sorriso desbotado, sem graça. Abraçamos-nos.
- Como vão os dois pombinhos, amiga?
- Nós somos dois mesmo, eu e meu lindo bebê. Separamos por isso não somos três. Nem indaguei. Caso ela fosse contar a causa da separação a culpa seria só e somente dele. Perguntasse a ele a causa seria só e somente dela. Todas as pessoas são boas, quando nada acontece. Quando surgem os problemas é que vemos o outro lado da moeda. Todos somos juiz e réu e temos autodefesa.
Voltei a olhar para o casal. Quantos anos com vocês, eu pensei. O mundo não tem mais conserto. É daqui para pior. A liberdade voo alto. Quando o homem era o chefe da família e a mulher sem opções, o cabresto não quebrava. Hoje é uma tirinha de papel, basta um pequeno sopro e a casinha de palha esvoaça pelos ares. E junto, a felicidade dos sonhos vira pesadelo. Recomeçar sempre.
SoniaNogueira
Publicado por Sonia Nogueira em 04/06/2010 às 15h02
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29/05/2010 10h20
*TARDE POÉTICA
*Tarde Poética
22/05/2010
Estamos no Shopping Benfica para um recital de poesias organizado pelo diretor de eventos Silas Falcão. Somos componentes da ACE, Associação de Cearense de Escritores.
A praça de alimentação estava repleta de visitantes. Música ao vivo cheirava aos anos 60, 70. O cantor bem afinado está ali todos os sábados enchendo o ambiente da melodia que acaricia os ouvidos, embala a alma, traz recordações.
Ficamos aguardando o horário que nos foi reservado e assistindo o show do cantante. Em seguida um novo cantor mirim, quatro aninhos de sabedoria e desembaraço. Cantou mais ou menos umas sei músicas. Às vezes esquecia e dizia: Esqueci. Um momento. Ah, lembrei. Aplausos e sorrisos por tanta graça singeleza. Ao sair do palco, obrigada até o próximo sábado. Um senhor de muita idade acompanhava com sorriso entusiasmado, com certeza de avô coruja. Mais algumas músicas do cantor adulto e o palco nos foi entregue para o recital de poesias.
Poucos poetas compareceram. Esteve presente, e subiu ao palco AS, Airton Soares apresentador e poeta; Haroldo Felinto, presidente da ACE; Inez Ramalho, do abraço Literário; Marina Fernandes, Romildo; Gilson de Albuquerque e Sonia Nogueira.
São estes momentos literários que engrandece a poesia e divulga o trabalho de poetas e poetisas tão relegados ao ostracismo. A poesia é o momento onde os poetas registram suas emoções e sonhares e as palavras viajam como pássaros sem rumo até onde a mente os alcançar. Algumas vezes o leitor se encontra nos versos e segue no imaginário dos seus pensamentos e quereres hibernado nas palavras.
Sonia Nogueira
Publicado por Sonia Nogueira em 29/05/2010 às 10h20
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17/05/2010 15h56
*CANSAÇO
Cansaço
Hoje amanheci cansada, não fisicamente, mas das coisas que não me agradam e não posso mudar. Uma força maior conduz os caminhos noutra direção. O remo não obedece ao meu comando.
Senti vontade de cancelar todos os compromissos, pegar a direção, convidar alguém com a mesma vontade e sair por aí, conhecendo cidades, novas caras, dormir hoje aqui, outro dia acolá, rir, sonhar sem utopia, andar pela areia da praia, tomar banho e deixar a água deslizar mansamente sobre o corpo, sem em nada pensar, sem hora para chegar; viver, apenas viver, sentir a beleza da natureza, respirar o ar puro, varrer a poluição, dos pensamentos negativos da maldade e da degradação humana. Como se a vida não tivesse critérios.
Critérios? Há! Quantos temos! O mundo sem critério seria um caos total, a sociedade seria uma nova Sodoma. Se já não o é. Na família sem critérios há o desmoronamento do lar. Empresa sem critérios vai à falência total. A vida sem critérios torna-se liberta demais e confunde-se com libertinagem. Os critérios nos prendem a normas incansáveis.
Tudo cansa em certos momentos: a falta do tudo nos torna impotentes e insignificantes, excesso de ocupações extrapola nosso tempo, a falta delas é tediosa.
É assim a vida. Fabricação exclusiva. Todos os critérios desde a construção: cada célula no lugar e função. Alterá-las é mudar a fórmula, ninguém teria sabedoria para novo projeto. Cada um de nós, pobres passageiros ambulantes, questionáveis e conflitantes escolhem caminhos e direção, neste horizonte interminável.
Sonia Nogueira
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Publicado por Sonia Nogueira em 17/05/2010 às 15h56
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