*JUIZ DE MIM*
Estou lançando meu livro de poemas variados, sonetos, crônicas e contos. Uma colega indagou-me!
- Seu livro já passou pelo “crivo” de um crítico?
- O que? Crivo de um “crítico”? – Eu sou o “crítico” de mim. Sou juiz dos meus atos, ações, responsabilidades e pensamentos, dos meus erros e acertos. Não. Escrevo com o pensamento voltado para minhas inspirações diárias, meus momentos “de mim” com o coração carente deste alimento, da palavra que nutre e me dá prazer.
Passou pela mão de um editor para a correção de descuidos ortográficos na digitação, nas concordâncias e pontuações necessárias, os quais alguns não têm total domínio.
Já passei a vida inteira sendo perfeita, colocando o pingo em todos os “is”, obedecendo a critérios pré-estabelecidos, educando meus alunos para uma caminhada digna, apontando os exemplos de deslealdade, exposta na vida pública ou mesmo particular, de corrupção e, ou dos desregrados comportamentos de alguns jovens que se aniquilam inutilmente.
E, agora tenho que obedecer a critérios poéticos para enviar minha mensagem, a palavra que é meu combustível diário. Não. (Louvo quem os faz).
Foi com decisão e sabedoria que surgiu o modernismo, na Europa, após a Primeira Guerra Mundial e no Brasil tardiamente na década de 1920, com uma linguagem livre, um estilo próprio, com uma nova abordagem temática dos problemas sociais, com ou sem ritmo e métrica.
Mesmo viajando pelos períodos do Barroco, Arcadismo, Romantismo, Realismo, Naturalismo, Parnasianismo, Simbolismo, Pré-Modernismo e Modernismo o estilo manifesta-se no individualismo de cada pessoa. O “estilo é o homem”, século XVIII o francês Buffon.
Meus versos são rimados, sim, porém imperfeitos, uso a palavra que achar conveniente sem me importar se a rima é rica, substantivo com verbo e substantivo com adjetivo; ou se é pobre, substantivo com substantivo e verbo com verbo; ou preciosa, com estruturas gramaticais diferentes; ou se a métrica obedece a contagem de sílabas... Decassílabos (heróico), dodecassílabos (alexnadrino), ou redondilha menor ou maior etc, etc. Ou a tonicidade das silabas...
Aprecio quem as faz, mas meu estilo é esse com a minha liberdade e meus critérios pessoais.
Viva o poeta moderno e a liberdade de criações
Viva a Liberdade.
Sonia Nogueira
Enviado por Sonia Nogueira em 28/01/2008
Alterado em 23/05/2021