Saudade aqui tranquila, repousa,
No peito olhando a longa distância,
Da palavra que apagou sobre a lousa,
Do olhar que não fitou em constância,
Da caminhada entre a selva perdida,
Dos passos indecisos rumo incerto,
Na devoção que o coração fez guarida
No silêncio rejeitou, sucumbiu ao certo.
Do abraço que não abriu os braços,
Da palavra que se fez desventura,
Na discrição encobriu-se sem laços,
Do coração que não ditou a ventura .
Saudade da mão que indecisa trava,
Dos sonhos que voaram sem lavra,
Na procura de um não sei onde está,
Aonde, em qual lugar encontrar ...
Fica aqui comigo saudade pertinente,
Já sou de ti uma escrava permanente,
Oras jogo-te no porão com veemência,
Outras o coração aflito pede clemência.
Sonia Nogueira
Enviado por Sonia Nogueira em 07/01/2008
Alterado em 14/12/2015