*NA SAUADADE, TEU NOME
Por que existes, palavra, se me afliges,
nas madrugadas deitada ao meu leito,
ao ocaso vendo o sol, chegas, insistes,
e meu penar soluça ao teu despeito.
Vem um nome, outro nome torturar
uma dor encravada em mil lembranças,
vivendo, disfarçando meu penar
confesso, não disponho tal fiança.
Lembranças? Há imensas nos sorrisos,
pairando na soleira, mesa e festas,
pudesse eu guardar todos os risos
a dor seria sons em tons serestas.
Mas a saudade mora sem conserto,
Mesmo que a canção vibre no concerto.