>NA JANELA ABERTA*
Braços apoiados vulto à janela
Noite ofusca estrelas dispersas
O pensamento vagueia na pressa
No desfile do tempo, passarela...
Na menina pureza, do sertão a lida
Na adolescência o despertar p/vida
No coração a mensagem atrevida
O despertar das emoções incontidas
No rio a nudez dos corpos expostos
Divisórios obrigatórios sexos opostos
A água desliza na tez, corpo com viço
No sossego do povoado longe do lixo
O cheiro do estrumo o mugido do boi
O pássaro livre no espaço amplidão
Do sacrifício ao alimento como obrigação
Na arapuca na “baladeira” assim sempre foi
Inverno, enchente de águas errantes
Noutros anos a seca, Nordeste vasto...
Como adubo pra terra ossos reinantes
Animais famintos fenecem sem pasto
Rumaram as famílias passos incertos
Na cidade os estudos ventos sopraram
Outros sem meios colheram o deserto
Multiplicam-se como herança dispersaram
Sonia Nogueira
Enviado por Sonia Nogueira em 18/12/2007