Á MINHA MÃE
Todo dia a mesma saudade viva
Dos anos que os anos não apagam
Da mãe que fez da luz cada vida
Gratidão terna que os anos propagam.
Vejo-te noutras mães de bondade
Aquelas que o afago é constante
Orgulho da cria e na saudade
Contemplação, a cada olhar rasante.
Cada lembrança que a mente pousa
Recolhe-se no obscuro pensar
Guarda no deserto que repousa
Para não apagar da lembrança o olhar
Da foto desbotada sina e tempo
A alma desolada em são momento
Arquiva dor suave presa ao vento
Trazendo na angústia dor, tormento.
Sou órfã nas horas de saudade
Nas horas de carência sou poesia
Sou triste, nas horas de bondade
Lembro da mãe que se foi noutro dia.
Sonia Nogueira
No jornal "O POVO" (repetida)
Sonia Nogueira
Enviado por Sonia Nogueira em 14/05/2023