*SILÊNCIO
Era dia, o sol incandescente tremia,
Na soleira da porta entreaberta,
Silêncio morava, a voz já partira.
A saudade beirava a descoberta,
Doutro amor, o caminho já seguia,
Pulando pedras, arrancando ninhos,
Dobrando esquinas, sonho recaía.
As rosas? Protegiam os espinhos.
Cinco longos anos, tortura insana,
Quedou no tempo, atravessou espaços,
A mente se refugiou entre laços.
O som sussurrou calmo e ritmado
Eu não estou moço, que desarmonia!
Oi amor, sou réu perdido, sou achado.
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Do Livro: Sonetos Meus III
Sonia Nogueira
Enviado por Sonia Nogueira em 08/01/2023