>NA BEIRA-MAR*
Hoje festejamos na Beira-Mar
Sentados na areia, pés na água.
As ondas dançando, vai lá, vem cá
Salgando a pele o coração deságua
Lá no horizonte o sol declinava
Beija a terra suave e morena
Confabula o momento e nos fascina
Na quietude da tarde serena
É uma quinta, noite do caranguejo
Saboreamos o molusco costumeiro
Não dispensamos quitutes festeiros
Na noite o Céu rendado de estrelas
A brisa do mar deitando na tez
Corações de venturas sorrindo de vez
Amor não tendo fórmula nem bula
Remédio que nos cura e nos maltrata.
A lua quando nua confabula
Deitando um brilho raro sobre a mata
Permite que se sonhe amor em gula,
Salvando ao mesmo tempo já destrata,
Na fome do desejo que se engula
O quanto da esperança se retrata.
A noite vai passando em lusco-fusco,
Os sonhos mais audazes eu já busco
E adentro um infinito nos teus lábios
Aqui, em Fortaleza, Roma ou Cuzco,
Carinho sempre é bom se não for brusco,
em corpos que se mostrem bem mais sábios...
SOGUEIRA
MARCOS LOURES
Na tela Beira-Mar em Fortaleza