*A CIDADE DORME
A cidade dorme no silêncio
Portas vedadas sem o ranger
Pernas coloridas em refúgio
Sumiram pela força, o temer
E o vento corre entre as ruas
Solitárias, em gemido a sós
Que força tamanha se atenua
Um vírus invisível sobre nós
Idosos sem o abraço familiar
As crianças na prisão sem crime
Na clausura o trabalhador irar
Se afogar numa cana, sem time
A casa de oração silenciou a voz
Bares, comércio, reuniões, eventos
Sem aconchego, se posta algoz
Casamentos deram sim, convento
Vemos nossa fragilidade nua
Para conter o verme sem rédeas
Rir de nossa incapacidade crua
Só Deus com sua proteção férrea
Sonia Nogueira
Enviado por Sonia Nogueira em 26/03/2020