tela mimha
*ONÁUFRAGO
O barco seguia sem direção certa
Errante no prazer das velas mudas
Tranquilo com vento em bela sesta
Zoava em murmúrio horas surdas.
Ao longe a vista alcançava seu vulto
Parecendo inerte, ou quase altivo,
E a força da onda lembrava insulto
Á fragilidade do ser nativo.
O coração prostrou-se em piedade
Rogando ao seu amor tão indefeso
Abrandai a fúria mesmo em brevidade.
A noite encobriu a tela na distância
O sono roubou a mente em vigilância
O náufrago na areia, o sol em claridade.
Sonia Nogueira
Enviado por Sonia Nogueira em 24/11/2018