*AMOR QUE INEBRIA*
Amor que inebria só no olhar
Envolve qual fogueira em labareda
Se a lenha atiçar o fogo eleva
Se água aproximar olhar renega
Suspiros e olhares se completam
Já vem descendo em uma correnteza
A vida se refaz não há quem negue
É complemento em duas naturezas
Mil milhas, viajei contra ao vento
Empecilho apareceu venci o tempo
Cheguei enfim ao teu lamento
Abri o calendário tempo preciso
De unir os pensamentos na tarde finda
E viajar nestes teus versos, tarde linda.
O medo que eu tivera de poder
Dizer sem ser ridículo, as palavras
Que trazem subtendidas o prazer
Que é feito um labutar em ricas lavras,
Perdeu-se quando fiz um personagem
Que tinha uma esperança que não creio,
Falando de um amor, leda miragem,
De uma beleza exposta em carne e seio.
Agora, envelhecido, mas não vil,
Eu tenho inda um restinho de ilusão
Embora mitigada pelo frio,
De ter, quem sabe, amor calmo e gentil,
Que traga finalmente a floração
Neste jardim que morre tão vazio...
SOGUEIRA
Marcos Loures
Sonia Nogueira
Enviado por Sonia Nogueira em 01/09/2007