**DOIS AMORES**
Não te quero assim neste espaço
Voando sem direção ao sabor do vento
Quero-te assim tão somente meu
Coração pulsando num alado pensamento
Sem talvez, sem nunca ao acaso ?
Tenho aqui amor imenso do teu lado
Arrebatar tuas palavras a meu contento
Toda esperança repousará neste intento
A vida negará estes arroubos desvairados
Estava escrito nas estrelas tal tormento
Então as letras pousarão em nosso alento
Mesmo irreal o gozo do amor neste instante
É glória imensa há contemplação perante a sena
A esta pureza de um amor em tela lenta
Aos ermos, tempestade me levara
Sem sequer me mostrar qual paradeiro,
Jogado sempre a esmo, não achara
Mais rumo neste sonho derradeiro.
De ver em cada pedra, a jóia rara.
Ocaso que no acaso foi inteiro.
Apenas ledo instinto me guiara,
E o sonho, qual cigano, bandoleiro.
Aspergindo meus sonhos bar em bar,
Diluências destas luzes multicores
De um caleidoscópio, o meu amar,
Em gozos tão diversos, tais mosaicos
Por vezes sei que são mesmo prosaicos,
Mas saiba que são teus os meus amores.
SOGUEIRA
Marcos Loures
Sonia Nogueira
Enviado por Sonia Nogueira em 20/08/2007