*INFÂNCIA ROUBADA*
Infância feliz, sertão com liberdade
Ar de pureza nas matas plenamente
Rios correntes levando na saudade
Minha infância repousando docemente
Mas veio o tempo roubou a meninice
Pôs juventude, turbilhão mudanças mil.
E as bonecas? Sumiram dividiram
Outros olhares desviaram em rumo vil
Em cada adulto mudança transcorreu
Em cada ato um gesto revelado
Mostra a criança outrora em nós guardada
Sobrevivendo nesta selva contemplada
Outras crianças não viveram bela sorte
Arrebatadas de tal sina despojadas
O lar é rua, a comida mendigada.
Corpo desnudo, perversão já projetada.
Se no olhar de outra criança contemplarmos
A singeleza que em nós um dia fomos
Nossa criança está intacta, resguardamos.
Demos à mão a quem implora deste sonho
Mote do Fórum do RL
Sonia Nogueira
Enviado por Sonia Nogueira em 05/08/2007