*LABORATÓRIO DO AMOR*
Neste imenso laboratório de amor
Digitado com rapidez e maestria
Atinge a todas, as marcas de sangues
Mulata, branca, amarela em euforia
Da classe humilde a mais alta
A flecha dispara sem medo e dó
Enrosca-se em cada minúscula célula
Sem escolha segura, dá um nó
Sem tempo certo para ficar
Sem leito de luxo para degustar
Ou numa cabana simples ao luar
Saboreia com mais fino trato
Sempre no tempo certo e exato
O amor que a natureza fez criar
Nas cinzas do cigarro, uma lembrança
Deixada por quem amo. No saveiro
Dos sonhos me restou esta esperança
Jogada sobre a cama, num cinzeiro.
Amor, onipotente, trama a dança
Na qual mergulho insano, por inteiro.
Da vida que queremos a fiança,
Nas horas mais difíceis, companheiro...
Se não fosse esse amor que me domina,
Não sei da minha vida, o que eu faria.
Bem sei que uma saudade desatina,
Calando cedo à voz de uma alegria.
Mas se não fosse amor, tesouro e mina,
Disperso como a cinza, enfim, seria...
SOGUEIRA
Marcos Loures
Sonia Nogueira
Enviado por Sonia Nogueira em 08/06/2007