*ABRAÇO AMIGO*
O meu abraço aqui é todo teu
Sem medos, nem lamúrias ofertadas
Que a vida ofereça a quem oferta
Carinho, proteção em disparada.
A fruta que a boca mais deseja
Tem cheiro de paixão refugiada
Se oculta aos olhos do pecado
Sentindo frenesi, campo minado.
Não deixo o cansaço te olvidar
Das doces sensações esmaecidas
Relembro que ao poeta é guarida.
E quando o cansaço me alcançar
Revejo teus poemas feiticeiros
Alento pra estes dias tão trigueiros
Querida como é bom ter teu alento
Em tantas tempestades, porto amigo.
Os rios se tomando em tal tormento
Por vezes em cascatas, desabrigo.
Meu canto mais suave sempre tento
Mas tantas vezes, brusco, não consigo.
Mesmo tropegamente, se prossigo,
Não posso mais calar meu sentimento.
Numa amargura, às vezes eu me embrenho,
E fecho, em versos duros, o meu cenho.
A culpa é dessa sensibilidade
Inerente mortalha de quem sonha.
Tua presença sempre tão risonha,
Refaz em amizade, a claridade...
SOGUEIRA
Marcos Loures
Sonia Nogueira e Marcos Loures
Enviado por Sonia Nogueira em 29/05/2007
Alterado em 21/07/2017