Tela minha
*AO ENTARDECER
Olho da janela o fim da tarde
no verde a beleza, da saudade,
o frio vem faminto na amplidão,
sonâmbulo vagueia o coração.
A estrada vazia sem as vozes,
nem pés que trafegam na procura.
Horas declinadas com as flores
O vento em açoite confabula.
Silêncio em êxtase nesta hora
o pensamento aflito ri, implora:
lágrima não ofusque meu pensar,
que teima em consolo se afoitar.
A face despojada de alegria
recebe a lágrima sem alforria.
Sonia Nogueira
Enviado por Sonia Nogueira em 26/10/2014