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*RESENHA: POÇOS DOS DESEJOS
Domingas Alvim, escritora, poeta, compositora, natural de Angra dos Reis RJ, tem formação em Comunicação Social, Direito e Letras. Escreveu livros de poesias, contos e crônicas, é coautora em antologias diversas e ganhou prêmios literários e menções honrosas em concursos nacionais.
Apresento aos leitores seu livro, “Poços dos Desejos”, lançado em Fortaleza-CE no I Simpósio sobre Literatura Cearense, na Universidade Federal do Ceará (UFC).
Trata-se de uma obra escrita em prosa poética na qual corpo e amor se confundem e se entrelaçam na mesma emoção e sentimento. Amor é vício que corrói, grita alto, silencia, e, através do beijo e do toque, o tempo é pouco para vivê-lo. É doce matar-se no seu desejo que, tal qual a força do trator, é capaz de derrubar muralhas neste íntimo de prazer.
“Poços dos Desejos” entra no abismo, rompe trevas e encontra luz com a insanidade sem loucura, mas a lucidez confusa dos apaixonados. A vontade do outro é resgate que enriquece todas as vertentes do amor, como o pagamento sem preço para tê-lo.
O amor é carrasco quando não correspondido, mata o brio, rasga a alma, o corpo sobrevive e resgata outro amor com a dor presa no vazio. O amor enfrenta desejos, ódios, apaga, acende, ascende e, na cumplicidade com o outro, vai além do tudo e do depois, atravessa todas as vias, faz desvio, silencia, chora, grita, implora, doma e é domado, excêntrico, egoísta lógico e ilógico, parte, retorna, rouba o tempo, mata, revive, mas, porém, todavia, contudo, prende-se entre os dedos, sendo eterno prisioneiro.
É assim que Domingas Alvim, com a força do pensamento, desliza palavras pelos dedos, tatua no papel, recita com todo sentimento e emoção que lhe é peculiar e único. Voz e alma se integram e se entregam, alcançando o olhar pasmo do ouvinte cheio de admiração, compartilhando cada palavra, gesto e emoção. O riso interior se extasia com a vitória dos que sabem amar, perdoar, querer e querer com todos os nutrientes viscerais, neste labirinto ininterrupto de amor, borbulhando em cada ouvinte perdido em suas palavras.
Sonia Nogueira, historiadora, escritora e amante da poesia.
Fortaleza, 24/01/2014, para a escritor Domingas Alvim
Sonia Nogueira
Enviado por Sonia Nogueira em 30/01/2014
Alterado em 30/01/2014
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