*TANGO
No salão, apenas a música soava
Passos duo deslizava harmonia
Em cada olhar a fátua sintonia
Indiferente ao mundo que olhava
Era o momento de êxtase profundo
O corpo em manobra se inclinava
Na solene noite a música abortava
Um quadro vivo pintado ao fundo
Único casal bailava, realce pleno
Voando qual libélula embevecida
Sena que se fazia em dual sereno
Graça e eloquência desfilavam sós
Numa oblação quase incontida
Aos presentes e murmurejo após
SoniaNogueira
NOSSO TANGO
Efigênia Coutinho
Nosso Tango um momento que emerge
Beijo-te! Beija-me! Amo-te!Ama-me!
Serpenteio à esquerda, à direita!
Ao centro seguras-me o corpo...
Isso, Amor! Avanço! Recuo!
Seguras-me no laço, invades-me
A alma, ao centro, ao meio,
Serpenteia-me, estremeço,
Estremeces, em cima, em baixo,
Seguras-me aperta-me e afasta-me!
Ofereces-me outro Tango!
Aceito outra dança
Com a ponta da língua!
Agora sou eu quem ao ritmo,
Subo, desço vou mais dentro ainda!
Ao bandoneon milonguero....
Roubou-me a rosa num beijo...
Em tua boca deixei-me!
Balneário Camboriú
TANGO DOS DOIS AMANTES
Humberto Soares Santa
Vem junto a mim a bailar
Em passos bem ondeantes.
Nós hoje vamos dançar
O tango dos dois amantes !
Baila !... Baila!... Dá-me a mão !...
Vamos com passos dolentes
Agitar o coração
E arejar nossas mentes
Chega-te a mim devagar
Voltemos ao que era dantes
Quando em noites de luar,
Bailávamos, delirantes !
Baila !... Baila!... Dá-me a mão !...
Vamos com passos dolentes
Agitar o coração
E arejar nossas mentes
Neste salão junto ao mar,
Com gestos bem elegantes
Voltaremos a lembrar
O tango dos dois amantes.
Portugal Junho 2011
Sobre o NOSSO TANGO
de Efigênia Coutinho
João Evangelista Rodrigues
nosso tango um desenho
sobre as ondas
beijo-te
beija-me
amamos feito peixes
no rumor das águas mornas
serpenteias à esquerda, à direita!
ao centro me escapas
furtiva sereia
lutamos corpo a corpo
amamos
mais vivos quando o sol cai
no mar morto
Isso é amor
o amor avança
recua quando não for
a alma
o corpo invisível do mar
de algas salgadas
ao centro, ao meio
serpentes de fogo
estremece o abismo,
de cima em baixo
partem as ondas em mil
conchas de sorrisos
nasce um novo tango
o tempo urgente dança
outra dança
verdadeira e incoerente
com a ponta da língua
com o que a língua e dente
falam sem falar discretamente
agora sou eu quem ao ritmo,
subo desço
deslizo
molho o mar
sem pejo
vou mais dentro ainda
rente ao paraíso
ao som de um bandoneon sonâmbulo
maritmo milonguero
e tudo e tango
e tudo é bom
no fundo deste mar de assombros
roubou-me a rosa num beijo...
e em tua boca deixo tudo
o que prometo
belo Horizonte. 08 de junho
Efigênia Coutinho
Presidente Fundadora
Academia Virtual Sala de Poetas e Escritores
www.avspe.eti.br/
Sonia Nogueira
Enviado por Sonia Nogueira em 09/06/2011
Alterado em 09/06/2011