PALAVRAS QUE FALAM
Vendo o luar da noite solitária
Lembro do sertão onde eu vivi
Ouço o canto da ave embalada
Das primeiras letras que eu li
Era uma carta curta endereçada
Curta, breve, suave, dizia assim:
Penso em ti todos os dias amada
Sorri, por não te querer e enfim
Guardei as palavras sem emoção
Os anos foram correndo esqueci
O tempo traiçoeiro fez contramão
Noutra direção caminho percorri
Muitos invernos, muitas ventanias
Gente passando, sonhos voando
Nenhum momento a palavra valia
Pintamos a tela, o tempo passando
A mesma voz sorrindo me chamou
Penso em ti todos os dias amada
As rugas chegando o cabelo mudou
Tanta desventura fiquei sufocada
A palavra escrita o tempo guardou
Ouvindo o gemido senti só carinho
Amor que é amor não vi não brotou
Que posso fazer, vi partir tão sozinho
sonianogueira
Sonia Nogueira
Enviado por Sonia Nogueira em 22/01/2011
Alterado em 22/01/2011