|
Coroa de sonetos
*OS MISTÉRIOS DO AMOR I Quisera saber onde o desvendar Como magia que busca emoção Ah, se apenas no pulsar coração Fosse verdadeiro pra compartilhar
As regras seriam escritas em ouro Os sonhos projetos em construção Aplicá-los-ia na primeira floração De o olhar como cupido vindouro
Deitaria na relva toda a raiz Cultivaria como planta baobá No tronco espesso ao abraçar Faria do abraço um chamariz
Da água em reserva que alimenta Bebia toda a sede sem tormenta II Bebia toda a sede sem tormenta Matava a sede dos que famintos Perdidos em vendaval labirintos Defrontam-se na solidão setenta
Abria as portas para os desejos Partilhados dos sonhos rincões Da mente que galopando milhões Sente o toque dos sentidos farejos
Da pele como cobertor que aquece Da mão guia de quem tateia a luz Como um bordão sem martírio cruz Até a última gota que amor apetece
Não deixaria um vazio nos poemas Marcados em sonetistas milênios III Marcados em sonetistas milênios Sina de ébrios cantando os bordéis Trovadores em sonata decibéis Chorava Proença em cantos anciões
Fosse o amor cura e redenção Na construção do mundo nobreza Não tomaria o poder e a riqueza Dizimando uma Inez sem salvação
Na mesma sorte perdeu a marquesa Amada em Santos, fiel escudeira Que vil é o amor sem força rameira Verga-se ao poder, surdina vileza
Segue a trilha desemboca represo O coração órgão bobo, indefeso IV O coração órgão bobo, indefeso Fez de Petrarca um cativo do amor Entre erotismo e lirismo dedicou Laura de Novaes um fiel servidor
Tortural “Vita Nuova” à Beatriz Divina Comédia, Dante imortal Versa de amor com loucura total No Platônico amor viveu num triz
A mente busca nos anseios ocultos Um combustível que amenize a dor Entrega-se na arte de poetar o amor Secreto disfarce em sacrário e culto
Vendo o amor como um trunfo cartel Pudesse eu faria do amor um troféu V Pudesse eu faria do amor um troféu Um emblema e, ofertava aos eternos Que fazem do amor ritos internos Da vida um palco pedacinho do Céu
Das famílias um ancoradouro nu Do infortúnio, da quebra dos laços. Faria um dogma de fé aos abraços Uma reserva incrustada num baú
Para nunca abrir a caixa de Pandora Unia a humanidade num só prato Do nosso baião nordestino nato Registro com decreto que vigora
Desde a alvorada até o declinar Quisera saber onde o desvendar SoniaNogueira
Na antologia Sonetos Eternos
Sonia Nogueira
Enviado por Sonia Nogueira em 19/09/2010
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.
|
|