*A NUDEZ DA PALAVRA
Como um clarão adentra em mim
Alimentando meus momentos
Nas trovejadas, relâmpago clarim
Cativa da palavra, meus rebentos
E nasce como planta rasteira
Alastra-se qual erva pequenina
Toma espaço, segue fronteira
Cada dia faz em mim faxina
Nela, a palavra, meus rudes anseios
Meus sonhos, meus ledos enganos
Minhas saudades, e meus devaneios
Também meus fartos desenganos
Brota assim, basta o mote remar
Pego o leme, elas vão navegando
Aglutinam-se no sol, no luar
Quase indefesa, segue amando
Nas trovas, contos, frase, poemas
Aninha-se como ave no entardecer
Mas, no despertar vem preencher
Horas, minutos, noutro anoitecer
sonianogueira
Sonia Nogueira
Enviado por Sonia Nogueira em 11/09/2010