*AO PAI ESQUECIDO
Olho para ti, pai, comtormento
O abandono beirando os dias
Olhar vago rosto em desalento
Indago o que plantastes nas vias
Das passadas que os pés pisaram
Onde regaste a grama que plantaste
Não frutificou, ou aniquilaram!
Pela rudeza, que no calor faltaste
Como herança criaste outra vida
Que outras vidas irão multiplicar
Outros ramos sairão outra parida
Para a rápida vida, que perpetuará
Uns colhem o que plantam
Outros a semente foi adubada
E, na colheita que te roubaram
Não te deram flores, fim da jornada
Que murcham sem vínculo na terra
A sede do amor, a proteção partia
Solidão e mágoa são companhias
Somente a terra te cobrirá na agonia
***
Obs. Quantos imploram pelo olhar do filho,
uma visita, um carnho que nunca vem.
Sonia Nogueira
Enviado por Sonia Nogueira em 08/08/2010
Alterado em 11/08/2010