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Soneto 525 com Marcos Loures
*UM BARQUINHO DE PAPEL
Barquinho de papel na correnteza Olhando da janela eu vi no mar Um canto quase surdo pra escutar A voz da ventania, que nobreza!
Não sei por quanto tempo e se vai O pensamento longe a declamar Pequeno, e no poema em alto mar Seguia em correnteza num rogai
Que a chuva não apague de repente O som que a letra risca num pensar Como uma orquestra fita ao soar
Acordes num registro delicado E chegue ao poeta o som rimado Revendo na canção o som do fado sonianogueira
Imagem semelhante em mar imenso Aonde encontro em ti o ancoradouro E quando tanto amor se faz tesouro É nele que deveras sempre penso,
E tanto poderia e me convenço Do sonho nosso imenso sorvedouro Restando a quem se quis onde me douro O navegar em tempo mais intenso,
Vencer as armadilhas e tempestas Enquanto aos tais delírios tu te empestas Estendo os braços como fossem cais,
E sinto-te decerto junto a mim, Bebendo a poesia vejo enfim, Os fins dos velhos duros vendavais... marcosloures
Sonia Nogueira
Enviado por Sonia Nogueira em 17/05/2010
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