*A NATUREZA IMPLORA
Tudo eu te dei á tua sobrevivência
Doei de coração todos os meus bens
Do pó da terra te criei e por garantia
Retornas ao pó com tudo o que tens
Parece a mim, por não seres eterno
E, como vingança por tua iniqüidade
Fazes do solo o pior dos teus infernos
Depredas a natureza, usas da maldade
Sem mim não viverias com certeza
Mato tua sede, limpo teu suor fétido
No teu corpo deslizo com sutileza
E retribuis com lixo na correnteza
E como desperdiças este líquido
De límpido e incolor por natureza
Dejetos e micróbios riem insípidos
Água solitária, desperdício, indefesa
O grito da fauna dizimada cada dia
Na ganância da moeda, da exportação
A flora geme ao golpe do facão, agonia
Tua mão inerte, que pedra o coração
Mas, vou me defendendo por opção
No mar avanço, trago os indefesos
A terra esquenta, abro o furacão
Doença dizimando os teus irmãos
Olho por olho, e, dente por dente
Será sempre assim o meu refrão
Se amor recebo dou-te pertinente
Mas, a lágrima corrói meu coração
sonianogueira
Na ARTPOESIA- Revista Cultural
Coordenador, Carlos Alberto - Salvador- Bahia
Sonia Nogueira
Enviado por Sonia Nogueira em 16/05/2010
Alterado em 12/06/2010