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Soneto 521 com Marcos Loures
DESERTO INTERIOR
Perdi-me neste deserto profundo Mil indagações sonhos ambulantes Sem pousada vasculhando um mundo Imperfeição ou perfeição deslumbrante!
Perdi a chave não sei qual direção Qual encruzilhada sobrevive o amor Como trovão é rápido furacão Dissimulado engana o construtor
Pudesse eu dissecá-lo nas entranhas Embalaria como nuvem no espaço Aconchegando a chuva no regaço
Prostrada me renderia em plenitude Assim meu pensamento em amiúde Folheava meu deserto sem façanhas sonianogueira
Desertos que cultivo dentro em mim Vagando sem destino, um beduíno Ao mesmo tempo tento e não domino Viver a fantasia até o fim,
E quando me disfarço sigo assim Vencido pelos ermos, desatino E tudo o que pudera determino, Meu canto sem Oásis e Aladim,
Das tramas entre tendas e camelos Ainda sobre a areia posso vê-los E dessedento a sorte em cada sonho,
Haréns entre sultões e ventos fortes, Só quero o teu amor, e me confortes Nesta miragem rara que componho. marcosloures
Sonia Nogueira
Enviado por Sonia Nogueira em 17/02/2010
Alterado em 18/02/2010
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