*SAUDADE
Mora aqui por todos os poros meus
Horas da menina de cachos dourados
Na bica da casa da chuva noite breu
Dos sonhos que sonharam resguardados
Saudade palavra que enraizada
Cria vulcões e deporta emoções
Atravessa fronteiras em rajada
Perfura, sangra, partilha canções
Na minha saudade uma se amordaça
Fustiga, respinga, seca, amortiza
Olho a cicatriz tal qual a carcaça
Encubro sem temer que a luz acenda
Apenas na penumbra que se resvala
Apago qual fogueira cinza e fenda
sonianogueira
Sonia Nogueira
Enviado por Sonia Nogueira em 26/01/2010