*O POETA UM FINGIDOR?
Sentado na borda da emoção diária
Arrumando palavras criando versos
Entra o poeta dentro da alma pária
De emoção e pensamentos emersos
Flutua entre letras recolhe magia
Disseca cada frase da mente arguta
Cria soneto grego em gral sincronia
Sangue que corre qual rima involuta
No momento o mote cultiva espaço
Os versos se aninham pintam a tela
O sonho pequenino abre o regaço
Nasce o poema a trama se revela
A noite disfarçada em quietude
Oferta sons, silêncio, gritos mudos
Rompendo a noite o sol sem licitude
Empresta ao poeta encantos surdos
No poço a solidão gemendo aflita
Vem logo a pena escrava em talento
Pobre poeta empresta a mão contrita
Aborta a poesia filha dos lamentos
O barco vai seguindo sem ter porto
Amante das correntes frio e brisa
Encontra em cada cais um aeroporto
De olhares, lágrimas, e riso morto
Não pode decifrar em cada algema
Que prende o coração turvo ilhado
Mas leva em cada rota letra-pena
Registra sem fingir canções e fado
sonianogueira
Poema Ganhador da Menção Honrosa do V Concurso
Literário Poesias Sem Fronteiras, coordenado pelo
poeta e escritor Marcelo de Oliveira, Souza Salvador -BA
Sonia Nogueira
Enviado por Sonia Nogueira em 10/01/2010
Alterado em 12/01/2010