*BALANÇO
Peguei no caderno para somar
Fazer o balanço das emoções
Estava sentada na beira do mar
O vento repassando furacões
Numa turbulência quase inédita
A adrenalina foi-se sem tréguas
Desperdício total quase profética
Tudo em vão na fita, cem léguas
O sol ao abraçar à tarde tranquila
Vigiava pensamento e emoção
Nem ele senhor da natureza fenila
Sabia do aroma que grita o coração
Sondava como pesquisador eficaz
Mas nunca soube aonde chegar ao cais
sonianogueira
Somando e descontando as emoções,
A dívida é cruel, tenho certeza,
Por vezes se eu criei revoluções,
Foi frágil, minha inútil fortaleza.
Enfrento sem temor vários leões,
E bebo cada gota da beleza,
Usando a fantasia dos bufões,
Depois de cada festa, uma tristeza...
Saber que nada sou e não serei,
Não haverá ninguém que lembrará,
Por isso é que procuro desde já
Fingir ter um castelo e ser teu rei.
Atrás do trio elétrico; não vou,
Meu mundo num segundo desabou...
marcos loures
Sonia Nogueira
Enviado por Sonia Nogueira em 11/12/2009