HISTÓRICO DO Sr. GABRIEL
Amiga Celita,
Saudações
Conheci sua prima, numa viagem que que fiz, a uma fazenda no interior do Ceará. Ouvi com bastante curiosidade a história do seu tio Gabriel.
Ele foi um comerciante bem sucedido, aqui na cidade de Fortaleza. Aos 60 anos ficou viúvo, com cinco filhos. Fez o inventário e na parte que lhe coube, viajou para terras serranas. Comprou uma fazenda com 480 cabeças de gado e passou a residir lá. Tejussuoca, local belíssimo, de clima frio, com uma aragem branda, suave, próprio para um momento de relaxe e reflexão.
Sentada no alpendre da casa, apreciando aquela paisagem, horas verde, horas acinzentada, quando cai um nevoeiro. Vem uma saudade oculta, da infância, da natureza pura e bela, superior a toda maldade humana e destruição provocada pelo homem. Dos pais ausentes, da terra natal, da gigantesca metrópole onde habito e da sua inquietude, assim que a manhã dar um grito de alerta para uma nova jornada.
Bem, este senhor, Gabriel Aguiar, pediu a Nossa Senhora, que o tirasse da solidão que se encontrava e mostrasse uma companheira para terminar seu dias.
Após um mês do pedido, viu uma jovem que passa e indagou sobre a vida da moça. Foi pedi-la em casamento aos pais. Apesar dos seus 65 anos, casou com esta jovem de apenas 18 anos e ainda tiveram 9 filhos. A caçula foi gerada quando ele ainda gozava dos seus bem vividos 87 anos. Faleceu quando só lhe faltavam 4 meses para completar seus 108 anos, bem feliz ao lado da esposa e filhos.
Estive lá por três vezes, pois tive um breve namoro com um dos seus filhos, porém não vingou. A filha caçula, que estava com 24 anos na época, tinha sobrinho de 54 anos do primeiro casamento.
È uma narração bastante curiosa. Apesar da grande diferença de idade os dois permaneceram juntos até a subida dele para um outro plano. Hoje seria impossível uma jovem dessa idade sustentar um ralacionemento tão longo com um senhor com de tamanha idade.
Viu que mundo pequeno? Conversa-se um assunto aqui e quando se chaga ali sabemos da história na íntegra.
Abraços e boa sorte.
(Esta carta já foi enviada a algum tempo, é só um registro descritivo)
Sonia Nogueira
Enviado por Sonia Nogueira em 16/07/2006
Alterado em 17/02/2007