*DESTINO
Procurei nos alfarrábios da vida
O destino escrito na mão direita
A linha confusa não viu na lida
Mensagem com resenha de receita
Não sei dos traçados das curvaturas
Unido caminhos criando atalhos
Barrando na passagem abreviaturas
Qual nevoeiro embaçando olhares
Quisera do baú o tosco cadeado
Abrindo cartas da mente o achado
Lê cada sonhar desvendar o réu
Da mente tão inculta ao mistério
Cansada dos erros do planisfério
Chego ao poeta trazendo meu farnel
sonianogueira
Eu trago em meu bornal constelações
De sonhos numa plêiade fantástica,
Minha alma junto ao sonho queda espástica
Fixando meu olhar nos meus grilhões.
Irrompem frente a mim, aos borbotões
Milhões de nebulosas, rara plástica,
Quem dera a vida fosse tão elástica
Coubessem várias novas direções
Estrelas caberiam nos meus versos,
Por mais que fossem tantos universos,
O quanto é poesia? Um infinito.
Do canto do noturno bacurau,
Ao navegar planetas nesta nau
Fazendo do poema, um brado, um grito...
marcosloures
Sonia Nogueira
Enviado por Sonia Nogueira em 22/11/2009