*O VENTO
O vento que soprou distante
Chegou numa languidez suave
Trazendo na vertente avante
Mordaz saudade em conclave
As notas trepidaram ausentes
Nenhum clarão servil embalde
Para regar a terra em presentes
Da palavra que voou na tarde
Entrei sem permissão na casa
Silêncio e solidão rosnaram
Só o perfume e palavra rara
Sentei na almofada vi a mão
Que dedilhava em contramão
Canções suaves que encantaram
sonianogueira
São simples aparências, nada mais,
A voz que sussurrante me chamava,
A ausência de teus olhos sensuais
O frio toma a casa, afasta a lava.
O vento me responde: nunca mais,
Silêncio corta a noite, quem amava
Agora tão distante diz jamais.
O velho coração, a firme trava.
Vagando pela sala, sem respostas,
As velhas esperanças decompostas
Expostas ilusões férrea saudade.
No quanto fui feliz e não podia,
A noite se prepara e mata o dia,
Aonde encontrarei felicidade?
marcosloures
Sonia Nogueira
Enviado por Sonia Nogueira em 28/10/2009
Alterado em 30/10/2009