*A FÚRIA DO PROGRESSO
Nasci sem mácula como um embrião
No verdor das matas apenas inculto
Seres irracionais em vasta adubação
Fertilizaram-me fieis sem insulto
Habita o homem qual lenda viva
De olhar voraz e pouca afeição
Moldaram-me como eterna cativa
Nasci sem mácula como embrião
Cai a lágrima da chuva sobre o ar
Arrasta do solo com regalo inútil
Pobre de mim oceano a confiscar
Tragando sem digerir sobra fútil
Fenece o corpo o gene perpetua
Nova geração, o mesmo patamar
O passo avança a mente não recua
Cai a lágrima da chuva sobre o ar
Pobre de mim um planeta finito
Que a mão impetuosa alienada
Cava no alicerce do solo aflito
A selva de concreto desvirtuada
De mãos atadas com olhar fito
Desequilibram-me sob o granito
No ecossistema um povo aflito
Pobre de mim um planeta finito
sonianogueira
Sonia Nogueira
Enviado por Sonia Nogueira em 21/10/2009