*CONTADOR DE HISTÓRIA
O homem foi sempre um contador de histórias. Primeiro para justificar as forças da natureza. Passava de geração a geração de forma oral, as lendas. O primeiro livro a narrar grandes feitos históricos foi a Bíblia. O primeiro livro publicado no ano de 1456. O mais vendido até hoje. No Antigo Testamento Narra à origem do Universo, as lutas pelo poder, as grandes guerras, em obediência ao nome e culto a um único Deus.
Depois da escrita, o registro dos feitos heróicos. As grandes sagas narradas em prosa ou versos. As Epopéias. Extensos escritos. A Ilíada e a Odisséia, de Homero. A Divina Comédia, de Dante de Alighieri. Eneida, de Virgílio. Os Lusíadas, de Camões. Jerusalém Libertada, de Torquato Tasso. Paraíso Perdido, de John Milton. Etc.
As criações foram tomando nova forma com narrações curtas: Os contos, mini contos, micro contos, contos minimalistas. O conto é uma narrativa breve de forma linear. Tem vida própria sem análises nem considerações, um personagem principal, uns dois secundários, com início meio e fim de modo conflitante e um final inesperado ou não. Conciso.
Os estilos foram se modificando obedecendo as idéias “arrojadas”. Críticas aos modelos tradicionais. Abaixo o lirismo, subjetivismo, sentimentalismo. Falemos do consumismo, dos operários injustiçados, da igualdade de todos, do sistema econômico corrupto, da hegemonia do poder e do mundo, do avanço tecnológico. Há! eis a força maior. O mundo corre. Os carros corem. O casamento corre em estilo de FÓRMULA UM, com toda velocidade, bate num pneu, se esborracha, sacode a poeira e seque; aboliu o “até a morte os separem”! Nova corrida.
A realidade grita alta e os ideais se registram nas artes: letras, cinema, pintura. Os vanguardistas com a abertura literária renovada. Poemas livres sem rima, ritmo, métrica, lirismo. Versos livres, em branco. Semana da Arte Moderna em 1922: o cotidiano, o nacionalismo, a liberdade da palavra e textos diretos.
O conto apareceu com outra cara. Acompanha a urgência dos tempos. Perdeu a linearidade. Inicio meio e fim se confunde. O inesperado fica indeciso. Frases curtas. Idéias rápidas entrecortadas por pensamentos vagos. Quem fez. Onde está aponta do iceberg. Fica muita coisa suspensa no ar. O leitor que conclua a história, pense, releia, releia, novamente. Não dá, o tempo corre, a instante está cheia de letras. Lê o que? Analisar o que? Tantos são os escritores e os sites com a arte literária que nos perdemos nesta emaranhado de escrita e escritores.
O contador de história linear, com muitas exceções, entrou na era espacial e voa com ela. A arte enlouqueceu e corre sem rumo. Só corre.
Mesmo assim a leitura e a escrita são fontes inesgotáveis dos saberes. Sem elas o mundo estaria estacionado no primitivismo. Nenhuma corrida da táxi.
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Sonia Nogueira
Enviado por Sonia Nogueira em 14/09/2009
Alterado em 14/09/2009