*NO ESCURINHO DO CINEMA
Chegando na sala escura
O homem ficou aperreado
Onde está a luz tou ferrado
Não enxergo a fechadura
Primo é assim na cidade
Não precisa de tal alarde
O homem olhando na tela
Vendo a poeira na estrada
Tampou o nariz, que barrela
Vou gripar, que trapalhada
O carro vem, quede a grade
Não precisa primo de alarde
O tiro saiu de improviso
O moço gritou afobado
Vou sair deste perigo
Não entendo do babado
A moça disse cobarde
Sossega pra que alarde
Para calar o moço bonito
Deu-lhe um beijo na boca
O moço disperso e aflito
Gostou do flagra da moça
A luz acendeu de repente
Assim moça, fico contente
Relâmpago choveu na tela
Tiro zoou para todo lado
O trem parecia uma janela
Aberta caindo do seu lado
O moço quieto esperando
A moça? Fugiu do seu lado
sonianogueira
Cinema lembrar me faz
Um abraço aconchegante
Um beijo quente, voraz
Um namoro delirante
Dois seres unificados
Pelo amor embriagados
Vivendo um feliz instante
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Parabéns pelo excelente texto,
poetisa!!
Jerson Brito
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Primeira vez no cinema
Foi um brande berra-berra
Talvez o maior dilema
Pro cabra do pé da serra
Vinha bala de canhão
Eu me jogava no chão
Pois o filme era de guerra
Se aquele cara não erra
Os tiros que deu em mim
Eu não estava na terra
Já tinha visto meu fim
Me deu uma tremedeira
Meti o pé na carreira
Pense num filminho ruim
bravo sogueira, nobre desaparecida.
Bênçãos!!!!
Heliodoro Morais