*FECHARAM A FÁBRICA DO AMOR*
Quando olho o mundo atual
De amores passageiros sós
Distante de amor sem rituais
Vítimas os dois como algoz
Juntos, dispersos, desiguais
Distante da palavra e da voz
O sentimento virou concreto
Quem tem mais para oferta
Depende do olhar no boleto
Para o sim que se desperta
Caso contrário rumo deserto
A tolerância desce da reta
Vem o contrato às pressas
Caso as cousas desande
Passam borracha nas regras
Até que as cousas se abrande
Leve o menino sem tréguas
A menina comigo sem mande
Vamos discutir o cardápio
Quem vai depender de quem
Ah, meu deus do esculápio
Ninguém vê os filhos que tem
Nem o Deus do escapulário
Resolve a questão no além
O amor onde esteve afinal?
O que é isso santo senhor!
Falou o juiz no tribunal
Para reconciliar desamor
Isso doutor já é trivial
Resolva logo e já me vou
Novos amores surgiram
Outros e outros em surdina
Mais um e outros partiram
Roubaram o amor da menina
Nunca mais os olhas riram
Os dois solitários que sina...
O colorido fica desbotado
O abraço sem força ruína
Na boca o beijo secado
O tempo passa não declina
Ah, se o amor fosse ouvido
Seria eternidade, uma mina
Que seja amor força maior
O zelo, atenção, a carência
De outra mão ao redor
De outro corpo querência
De dois uno pra compor
Amor terno sem falência
Sonia Nogueira
Enviado por Sonia Nogueira em 02/06/2009
Alterado em 02/06/2009