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*ENCANTE-ME*
Com o mesmo brilho das palavras Que flutuam como folhas vendaval Na descontração que me embalas Na fluidez da criação sem igual
Encante-me em qualquer primavera Com ou sem flores postas à janela Mesmo que falte sob a atmosfera E o sol obscureça a aquarela
Na pequenez de todas as horas Ou na distância em anonimato No diálogo das frases outrora
Veste-me do teu céu com luares Que seja na manhã de encanto Ou no entardecer em teus pomares
Sogueira No entardecer de abril, em pleno outono, Em multicores sendas, quente e frio, Depois do prolongado e duro estio, Nas glebas da tristeza em abandono...
Do sonho mais profícuo, imenso sono, O coração se eleva do vazio E enquanto a solução eu penso e crio As vestes que sufocam; abandono...
E creio que talvez reste uma chance De ter além do quando a vista alcance Pomares encharcados desta fruta
Que tanto imaginei, delícia e sumo, Após o temporal, teimoso, aprumo E o velho timoneiro ainda luta...
Marcos Loures
Sonia Nogueira
Enviado por Sonia Nogueira em 10/04/2009
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