QUE A PAZ CHOVA NO MUNDO

SoniaNogueira

Arte e Emoção Caminhando

Meu Diário
31/10/2009 17h29
*A INVEJA
              

          Tenho vivido o suficiente, para presenciar,  vê e constatar um dos sete pecados capitais morando definitivamente nas ações humanas. Observo o desfile deste pecado capital em todas as classes sociais como um demolidor de conquista, fechando portas, derrubando barragens, retirando degraus.  

Às vezes o pé de alguém chega a um degrau e antes que o salto do sapato atinja o próximo degrau dá-se um jeito para quebrar o salto ou mesmo retirar a machadada o degrau seguinte.

Quem comanda a subida, muitas vezes não vê a capacidade e sim o poder financeiro, o interesse particular, o amigo mais próximo ou o outro que já em destaque carrega a embarcação por águas mais tranqüilas, ou caminhos menos espinhosos.

Quem há de contestar quando apenas a força da palavra é o único recurso de contestação! Mesmo que sejam as mais sábias e óbvias. As opiniões não têm nenhuma força de decisão, se não a de desfazer-se do grupo e rumar para outra direção como o mesmo currículo o “grupinho”.

Diante de tais verdades, e não há contestação, a voz cala, o olhar presencia e a inveja sorrir com toda pompa. Eu tenho a força cresça e apareça.  

sonianogueira

 

 

 

 

 

 


Publicado por Sonia Nogueira em 31/10/2009 às 17h29
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26/10/2009 22h21
*ARACATI DE ANTES

 

Aracati meu berço das letras. Foi lá o alicerce da formação estudantil que  tendo raízes profundas não se desmorona a primeira ventania. Colégio das irmãs salesianas. Passei em frente, domingo dia 25 deste mês. O mesmo estilo na fachada. Lembrei dos rigores da disciplina, das lições decoradas, o silêncio da sala, nem uma pergunta. Éramos robôs aprendendo com a mente e a palavra reservada apenas no olhar.

Eu fazia poemas simples para o amor que ainda viria ou para algum que os olhos se engraçavam. Tirava o primeiro lugar todo o mês ainda tenho o boletim. Era disciplinada, a primeira da sala, representante da turma.

Certo dia uma voz ameaçadora e cheia de autoridade. Sonia compareça a diretoria. A turma chiou numa surdina involuntária. A professora irmã, logo exigiu silêncio. E eu pasma. Que fiz! A santinha das primeiras notas e exemplar, incorrigível, ser advertida pela direção? Ao chegar à surpresa.

- Fazendo poesia de amor, nesta idade? Quarta série primária. Que absurdo! Chamarei seu pai e amanhã traga o caderno para queimar. Como ela sabia, era meu segredo! Ninguém sabia, a não ser uma colega de extrema confiança.

- Não tenho mais irmã rasguei. Ainda não rasgara, mas ao chegar a casa foi à primeira providência. O medo embargou a criação poética. O pecado, em falar de amor e sentimentos puros ganhou a causa.

Sorri ao recordar e falei comigo. Foi um longo espaço irmã. A criação ficou em silêncio, mas a arte preservou a letra para qualquer época e ocasião. A arte por mais simples que seja cria raízes e nada apaga sua trajetória ainda que por caminhos nebulosos e corrompidos.

Fui a Itaiçaba. É uma cidade pacata. As pessoas todas se conhecem. Soube pela prima que não há ladrões, malfeitores. Exceto no carnaval quando vêm pessoas de outras cidades mais evoluídas. É isso evolução? Arrasta maus elementos à proporção que se aglutina variedade de pessoas de outras culturas?

              Fui para Itaiçaba visitar a tia de 96 anos em fase terminal. A vista opaca. A mente confusa me reconheceu como um relâmpago. Era uma mulher de fibra e luta.

Fiquei de pé ao lado do leito e revivi, nos tempos de criança, a sua mocidade e agora um trapo de mulher, que a natureza transformara em espectro de gente vegetando e sofrendo sem saber o significado de tal sofrimento.

 Mas, como as irmãs, também ela tentou podar minha vontade pelas letras. Repreendia-me muito por gostar de lê tantos cordéis, dizia. Leitura ruim é só história de mortes, infidelidades, brigas. Vá lê a Bíblia. Viveu uma vida de santa e um final de caminhada angustiante. Nada entendo das coisas Divinas nem da providência desta força poderosa Deus.
                                                                                                     sonianogueira

 

 

 

 


Publicado por Sonia Nogueira em 26/10/2009 às 22h21
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18/10/2009 16h31
*O PASSEIO DO LIXO


                

               Sábado precisamos ir a Itaiçaba, eu e minha sobrinha, visitar uma tia que se encontra numa faze terminal. Tem oitenta e seis anos. Foi uma correria. Marcamos para o expresso de 13h45.

Nós íamos ficar somente sábado e domingo. Só dois dias, o homem veste uma bermuda, uma camiseta de malha, a carteira com documentos e uns trocados necessários à viagem e boa sorte.

A mulher é um protocolo medonho. Lençol, baby-doll, toalha, sabonete, pó, batom, pente, escova dentel, creme dental, perfume, desodorante, protetor solar, bijuterias, caneta, caderneta de endereços, uma roupa para trocar após o banho, outra para voltar, etc etc.

Nesta luta de arrumar, banhar-se, almoçar, toma o espaço da manha toda.

A buzina do carro toca. – Cheguei Té vamos logo estamos em cima da hora. O marido voa numa loucura para chegarmos a tempo. – Calma, menino, não corre tanto é perigoso. Mas o treino dos anos na direção deixa as mãos e a mente hábil demais e confiante, mesmo que o perigo acompanhe de pertinho em cada curava ou ultrapassagem.

- Chegamos, fui comprar as passagens. A atendente comentou, o expresso já vai sair creio que não dá tempo. Alertei a sobrinha. - Suba a passarela, vá até o embarque, peça ao motorista que nos espere. Qual nada. Mal ela subiu a passarela o transporte ia saindo.

- Perdemos o horário Té. Agora vamos esperar para o de 15;45. Voltei ao balcão mudei o horário de bilhete. Ficamos tranquilas. Conversando, tomamos o cafezinho da tarde, gostoso e bem brasileiro.

Olhei para uma sacola na qual levava umas roupas para minha prima e vi outra sacola amarela dentro. Indaguei da sobrinha.

– Este saquinho é seu?

- Não, vi lá no chão perto da sua sacola e coloquei dentro. Ao abrir era um saquinho de lixo que colocara perto, para quando sair na calçada por no lixeiro de ferro. Há, como rimos da pressa e as pessoas presentes também.

De repente o celular toca. Era o marido da sobrinha. Já estão viajando? Caso contrário eu vou aí pegá-las. A filha esta ardendo em febre. Fomos para o hospital. Quando chegamos a casa. Minha sobrinha comentou, fomos à rodoviária somente deixar o lixo.

 sonianogueira

 

 

 


Publicado por Sonia Nogueira em 18/10/2009 às 16h31
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25/09/2009 10h54
*O LÍQUIDO DA VIDA



          Líquido precioso da vida o sangue. Algumas pessoas não sabem conservá-lo e estragam com cigarro, álcool, drogas. Depois de intoxicado difícil a tarefa para purificá-lo.

Ontem assisti este líquido vermelho pingando gota a gota no calçamento da rua em plena 15h45min no sol escaldante da Fortaleza quente. Nunca me aproximo de acidentes, me constrange.

Sabemos que, a cada minuto, vários acidentes de carro acontecem no mundo. Mas quando ocorre a duas casas, após a sua, a coragem faz você vê de perto o trágico. Um carro da Nacional gás Butano vinha na sua mão, por isso ia com toda segurança. A motorista uma jovem de 28 anos e sem cinto, é aqui perto vai sem cinto, segundo as pessoas que foram ao carro e constataram que o material estava bem certinho no lugar.

Estava fazendo o café e ouvi o estalado de sons parecia um telhado voando no ar ou uma casa sendo demolida. De repente o último bac forte e o silêncio. Corri. Estava lá a jovem estirada no calçamento, a multidão logo encheu metade do quarteirão. O carro com os quatro pneus para cima, o outro na outra rua a meia quadra do rebolado do corpo que foi cuspido desastrosamente.

Encontraram a bolsa telefonaram para a família. Chegou a irmã. Grito de desespero. Minha irmã? Nãoooooooooo. Tome um pouco d’água oferece à vizinha. Chega a polícia, afasta o povo, entrevista  uma pessoa dali. Chama o SAMU.

O líquido ali escorrendo como uma tintura num quadro preto. A vizinha trouxe um guarda chuva para amenizar o sol quente no corpo desmaiado e com respiração ofegante. A irmã quis se aproximar abraçar. Não pode moça, argumentou a polícia. Não se mexe enquanto os médicos não chegarem.

O SAMU demora e angústia toma conta do nosso coração. Bate forte a lágrima aparece, a multidão aumenta.

Chega enfim o SAMU afasta a multidão, desemborca o corpo, põe o corpo ainda desacordado na maca e dá os primeiros atendimentos de urgência. Passa alguns minutos e sai com a sirene triste pedindo passagem. O líquido ainda está ali na rua como prova do descuido e imprudência dos condutores de carro.

Hoje soube que a jovem de 24 anos tem uma butique há dois quarteirões da minha residência, na avenida central do bairro. Na semana passada passei lá e comprei um par de brincos. Nem sabia que o inesperado ia acontecer na minha rua.
          A jovem não resistiu e subiu para outra dimensão as 18h do mesmo dia, deixou órfão duas crianças de cinco e oito anos...
         Deus a tenha consigo.

Ninguém sabe do amanhã imagine do futuro!
            Por isso vivamos hoje bem e dignamente saudável.

                                                                                                                                                                                sonianogueira

 


Publicado por Sonia Nogueira em 25/09/2009 às 10h54
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11/09/2009 13h52
*A DECEPÇÃO MORA AO LADO



Às vezes não enxergamos tudo. A venda é escura demais. Outras vezes ela cai num piscar de observação e bom discernimento. A decepção mora ao lado. Sempre. Ela pode morar nos familiares, tios, primos, irmãos ou amigos. Excetuo meus pais de caráter ilibado e vida exemplar.

No dia a dia encontramos cada atitude suspeita entre as pessoas que, “segundo a sabedoria popular” devemos ficar de olhos abertos. Conhecemos as pessoas pelas ações, pelos textos que lemos. - Pelos textos cara-prezada amiga? Há textos fantasiosos, poéticos, de ficção... etc. etc. – Mas caro/a leitor/a, nas entrelinhas está a nossa alma, vontades, desejos não realizados ou satisfeitos, dos quais se infiltram em nossas palavras e voam para as páginas.

Há textos que impressionam. Não pela arte de escrever, com diversos adjetivos, metáforas, palavras difíceis não usuais, que estão para mostrar uma escrita culta. Outros de tamanha singeleza que cativa o leitor.

Leio muito, desde menina. A leitura encanta e desencanta. Ao lê uns textos, a decepção foi tamanha que, a leitura perdeu o significado e a pessoa o caráter. Pobres palavras que a mão obedeceu ao pensamento fútil e a palavra virou lixo desbotado.


 *O Poder da Palavra

O que fazer com a palavra
Esta força universal poderosa
Ousada na poesia que encanta
Na mesma poesia desencanta

 
No discurso de oradores potentes
Conquista multidões nos palanques
No canto, alento aos ébrios nos bares
Nas serestas é conquista dos amantes
 
É de uma força tamanha e audaz
Que apaixona corações recatados
Explode na loucura do pecado
Destrói lares arremessando aos ares
 
Conforta o agonizante no último suspiro
Educa e deseduca com a mesma extensão
Para o paciente o ultimato do médico
Para o surdo à linguagem das mãos
 
Com os diplomatas acordo negociação
Para os vendedores o grito de atenção
Na criança, descoberta, alfabetização
Para a professora, o poder da educação
 
Tem a palavra poder e reconciliação
Com o mesmo poder a triste separação
Para Deus o chamamento à oração
Ao que crer o pedido de perdão
 
Aos privilegiados do dom da palavra
Comunicadores em geral, aos poetas
Faça deste poder de conquista
A condução do mundo vida em festa 
sonianogueira
 
Do livro: Eu Poesia Contos e Crônicas

 

 


Publicado por Sonia Nogueira em 11/09/2009 às 13h52
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