*Dentro em Mim
Nem todos os dias nos encontramos com o nosso eu, não o eu pessoa, este ás vezes, nos perdemos diante do mundo apressado, de pessoas sem ética, de palavras que agride na calada do olhar e do pensamento, mas do eu interior.
Vasculhei em todos os lugares e vi quantos obstáculos temos que vencer na caminhada fingida dos passageiros. Sorriem sem sorriso interno, apenas para disfarçar a inveja ou postar diante de nós vários empecilhos. Já atravessei barreiras, pulei muros, arredei o lixo, limpei o caminho, transpus a ponte, atravessei o rio numa grande enchente de águas turvas e quando chego do outro lado uma cerca de arame farpado.
Ah, sorri cortei com a tranquilidade dos justos, a palavra da verdade. Nada embarga um caminho quando a mensagem é de paz, amor, amizade e fé. Mas, qual fé? Qual verdade? A fé no poder da amizade, de uma força superior, inexplicável, misteriosa que a mente humana especula e nunca obtém uma resposta. Este é o segredo da vida. O mistério que perturba tantas mentes “ditas sábias”.
Aliás, a sabedoria é arma dos humildes, nunca se acham sábios. O aprendizado é constante, as verdades estão no abismo de cada um, num “achismo” sem lógica. As ciências humanas são mutáveis. A cada geração um novo olhar, outra perspectiva, as mudanças correm a passos largos, não espera o sinal abrir avança o sinal vermelho, quebra a cara, levanta e continua tentando nem sempre acerta, mas a tentativa faz parte.
Voltei, abri os olhos o pensamento pousou no horizonte sem fim e percebi que tudo continua; o sol fingindo que nasce, fingindo que morre; as horas nem alteram seu caminho, as primaveras obedecem ao enigma da natureza não sabemos se o telhado vai encharcar de água, a terra vai mendigar sede, as ondas tragar multidões, um acidente bem ali acontecerá, a loja do vizinho receberá a visitar de um lalau inesperado, uma criança boiará no rio ou a mente continuará fingindo que tudo está bem.
Melhor assim, sofreremos menos. Não podemos cortar o mal pela raiz, limpar a poeira, igualar as mentes, cortar o pedestal...
Caminhemos pelos menos do lado dos justos.
Sonia Nogueira